quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Para quem tiver interesse no assunto estou disponibilizando esse livro.  Basta clicar no http://bit.ly/bUuzJ1


Boa leitura !





domingo, 19 de setembro de 2010

O governo americano finalmente resolver tomar uma atitude em relação ao papel do país como ator comercial na arena global.  Baixou um plano estratégico de cinco anos com a ambiciosa meta de dobrar as exportações nesse período. 


O documento começa com:  Exporting is good for American business, good for American workers and good for American jobs.  Nada mal, hein?


Ao longo dos próximos dias vou colocar aqui os principais trechos do documento.  Fica a esperança que esse tipo de iniciativa 'contamine' nossos governantes.


Vamos em frente.

sábado, 11 de setembro de 2010

Internacionalização e exportação

A literatura acadêmica deixa claro que internacionalização não pode ser confundida com exportação.  A empresa tem que investir em algo que gere valor lá fora para ser considerada internacionalizada.  Seja numa unidade produtiva, seja num centro de distribuição ou mesmo em um escritório de vendas localizado em qualquer lugar fora do Brasil.  Ainda que não concorde com esse ponto de vista, sou forçado a conviver com ele no ambiente acadêmico.  Essa linha de pensamento traz elementos interessantes e contraditórios para quem observa e pensa a inserção do país na aldeia global.  Vamos aos fatos.  Muito tem se falado sobre investimentos brasileiros no exterior.  São empresas, em sua maioria grandes e tradicionais, que decidem que há locais melhores que o Brasil para produzir, montar, pesquisar, comprar e vender. É uma decisão importante e não é para qualquer um. Por isso o universo é tão restrito. Essas complexas iniciativas visam alcançar mercados internacionais com mais facilidade ou aumentar a competitividade para participar do próprio mercado brasileiro (via importação).  Para ambas fica a pergunta: se o Brasil desfrutasse de melhor estrutura  essas empresas manteriam seus planos de investimento no exterior?  Esse questionamento nasce da observação da inserção brasileira na economia mundial através do comércio.  Obviamente o país não é o mesmo ator que era há dez, vinte ou trinta anos. As vendas externas cresceram 118% em dez anos (1999-2009).  Isso é substancial, mas poderia ter sido muito mais. A prova é que em 1999 o país tinha 0.85% do comércio mundial e hoje tem 1.23%.
É sempre bom lembrar que as exportações têm papel fundamental no desenvolvimento de qualquer país. Geram riqueza, impulsionam a qualidade, estimulam a busca pelo conhecimento, pressionam as melhorias em infraestrutura, forçam governos a negociar mais e mais na cena global.  É a cara do país sendo estampada em produtos e serviços ao redor do mundo. 
O fato é que as exportações brasileiras não passam por um período brilhante. Apesar do crescimento observado acima, se tentarmos qualificar as vendas externas a conclusão será melancólica.  O país se tornou um craque nos produtos básicos e perdeu o pé nos manufaturados. Há dez anos esses últimos representavam algo em torno de 57% dos produtos vendidos lá fora.  Há poucas semanas foi divulgado que, pela primeira vez desde o final da década de 70, as exportações de produtos básicos haviam superado as de produtos acabados.  Será que o Brasil consegue finalmente mostrar sua vocação para fornecedor de matérias primas em geral?  Vendemos mais básicos porque somos muito bons nisso ou somos fracos em manufaturados e estamos aceitando esse fato de forma calada e passiva? Será que os investimentos produtivos que voam daqui para outros países não poderiam ficar e gerar mais empregos, mais tecnologia, mais P&D, mais exportações e mais renda?  Esse capital sai porque quer, porque precisa ou porque é forçado (em função das condições locais que esmagam a competitividade)?
As respostas a estas questões não são simples e nem poderiam ser. O tema tem ramificações e inspiram análises que não cabem num texto. E talvez não haja consenso sobre o que é melhor e mais indicado a um país. O fato preocupante é comemorar os números e a maneira como as coisas estão sendo feitas.